8 de fevereiro de 2010

VENDE-SE GOLEGÃ!



Já alguém reparou como o número de casas à venda na Golegã é enorme?

A Golegã está repleta de placas a dizer “VENDE-SE”. A crise pela qual o país está a passar, aliada à saída da população mais jovem do nosso concelho e à elevada taxa de “casas de fim-de-semana” está a provocar uma forte desabitação no interior da Golegã.

Não existe apenas uma causa, nem uma solução. Mas cada vez mais se constrói nas imediações da Golegã em detrimento da recuperação das casas, já existentes no centro da vila. E além deste "boom", o próprio envelhecimento da população, não permite sequer pensar que o produto imobiliário seja escoado nos próximos anos. Salvo se a baixa de preços das casas for tal, que se faça alguma promoção do género "compra uma e leva duas", ou como estamos na Golegã “na compra da sua casa, oferecemos um cavalo”.

Fora de brincadeiras. Isto é grave e merece reflexão. Este não é um bom indicador. Está na altura de se pensar na recuperação habitacional da vila Golegã, como forma de viver com qualidade no espaço rural. Ou mesmo incentivar e apostar em projectos de recuperação de casas para turismo, com packs de actividades vendidos conjuntamente com estadia. Há que dinamizar a Golegã. Caso contrário vão se as pessoas e fica a placa a dizer "VENDE-SE".

É imprescindivel criar um plano de acção e um conjunto de politicas municipais de forte incentivo ao (jovem) empreendedorismo, divulgando e prestando apoio técnico à criação de projectos que dinamizem o concelho. Só assim conseguimos andar para a frente e dar outro ânimo a esta terra.

Não queremos a Golegã à venda, ou apenas alugada no S.Martinho. A Golegã quer se activa e a respirar de jovialidade 365 dias por ano. Queremos a Golegã viva! Viva para os cavalos. Viva para a agricultura. Viva para a pecuária. Viva para o turismo. Viva para a industria. Viva para a educação. Viva para a sua população.

Viva para os JOVENS.

9 comentários:

  1. Há muito tempo que a Golegã está à venda...

    E quando alguém compra, as propriedades (na maioria das vezes) continuam como fantasmas com curtíssimas aparições pelas horas da Feira de S. Martinho.

    Porque será???

    Rui Augusto Sardinha

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  2. Icentivar as casas e é preciso tbm incentivar o comercio da terra!
    Nao há lojas na golega! Com todas as trocas no sentido do transito mataram a rua das lojas. E os cafés e os restaurantes vão p mesmo caminho.

    Apartir de uma certa hora a golega ta deserta.

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  3. Esta questão faz-nos reflectir (mais uma vez) no problema do emprego no nosso concelho.

    Tendo em conta que não há criação de novos empregos, as pessoas - e, principalmente, os jovens - têm tendência (e mais, a necessidade) de procurar casa (e vida!) noutros concelhos, que lhes ofereçam emprego.

    Sem empregos para os jovens, e ainda que este problema não seja exclusivo da Golegã, mas, antes, condicionado pelo contexto geográfico-económico em que nos inserimos, não haverá quem ocupe as muitas casas que há para vender (salvo as ocupações sazonais de São Martinho, que contribuem (?) muito estritamente para o desenvolvimento da Golegã).

    Pense-se, pois, em resolver um problema que é estrutural do nosso concelho.

    Joana Torres Ereio

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  4. As casas e quintas vão ser todas compradas pelos utilizadores do Hippos.

    A juntar isto aos reformados nórdicos ricos que um dia acabarão por vir para o Boquilobo Resort de Rodrigues, temos potencial para ser um case-study dentro de poucos séculos... um case-study arqueológico.

    Pelo sim, pelo não, vou comprar um corta-relvas e aprender a ferrar cavalos.

    Perdoem-me a ironia. Mas o que disse eu desde 2006 até ao debate autárquico de 2009?

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  5. Pois Joana, pois Carlos...

    Não são só os Jovens do concelho da Golegã que vêm as suas bases de emprego por outras bandas, também nós (eu e o Carlos, entre os 40 e os 50 anos) a esgravatar onde está o sustento dos seus.

    Mas há imensos exemplos disso e, por muito que até nos custe, somos obrigados a dizer (ainda que sujeitos a alguma descompostura do Golegã Jovem - cuidado senão também leva na tola), que este executivo pouco ou nada tem feito para contrariar este fenómeno.

    Carlos, corres seriamente o risco de cair no esquecimento se não fores recordando as hostes do trabalho que fizeste ao longo do teu mandato de Vereador.

    Abraços,

    Rui Augusto Sardinha

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  6. A Golegã pode até estar à venda à muito tempo, mas não é por isso que devemos ficar de braços cruzados! Ponto.

    Posto isto, saudemos a participação da Joana. Que seja a primeira de muitas.

    De facto o problema do emprego no nosso concelho é uma das grandes causas da "venda da Golegã".

    Se recordarmos a criação do nosso concelho, este surgiu com a hotelaria, a agricultura e a industria.

    Primeiro com a Estalagem da Galega, que aproveitava a rota dos peregrinos e outros tantos e fazia negócio com o turismo. E mais tarde com as grandes casas agricolas, e as fabricas que chamaram jovens de outras terras para trabalhar nos campos da Golegã e na industria de conservados da Azinhaga. Jovens que deixaram as suas terras à procura de trabalho e de melhores condições de vida, que depois por cá ficaram.

    O problema é que tal como esses jovens, de outrora, vieram para cá em busca de emprego. Hoje são os jovens de cá que vão para outros locais.

    Por isso a não ser que se pense sériamente nisto, assim como crescemos, também "decrescemos". Há que pensar em resolver um problema que é estrutural do nosso concelho (como a Joana tão bem disse).

    Quanto ao Resort do Boquilobo Rodrigues, apesar da ironia, não seria de todo uma ideia completamente descabida se fosse um projecto privado. Afinal até criaria alguns postos de trabalho e obrigaria a uma maior atenção aos problemas ambientais a que a reserva tem vindo a ser alvo (p.e as descargas e a pouluição), quanto mais não fosse para turista ver.

    Quanto à outra ironia, reafirmamos que o projecto Golegã Jovem não é a favor nem contra o executivo municipal. Somos sim pelos interesses dos Jovens do Concelho da Golegã.

    Cumprimentos,

    GOLEGÃ JOVEM

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  7. Ironias à parte, permita-me o Golegã Jovem uma pequena correcção.

    Ou melhor, eu não sou contra este executivo municipal, sou, isso sim (alías é público), contra a generalidade das suas políticas e contra ainda quanto à forma como as faz e anuncia.

    Cumprimentos,

    Rui Augusto Sardinha

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Na minha óptica esta é uma área que deve merecer a atenção do executivo, contudo há que ter em atenção o dualismo privado/público, sempre com respeito pelos mais elementares direitos, nomeadamente a propriedade privada. O que não quer dizer que se esvaziem, por isso, os poderes da C.M. Golegã nesta matéria.

    No nosso concelho não existe falta de casas, existe sim um défice de reabilitação dos prédios degradados e devolutos, no fundo falta um projecto de requalificação urbana global e integrado.

    Nesse sentido considero que a C.M. Golegã tem deixado passar grandes oportunidades para conseguir esse objectivo, nomeadamente por nunca ter feito uso do Programa de Recuperação de Áreas Urbanas Degradadas (PRAUD) e do PRAUD-OBRAS.
    http://www.dgotdu.pt/%5Cdetail.aspx?channelid=4F7F0258-2E3E-47B8-8713-E3D624A89FD2&contentid=68BE6035-D0E4-4528-BB49-9D6675984A63&lang=pt&ver=1

    Tal como nunca fez uso do URBCOM - Sistema de Incentivos a Projectos de Urbanismo Comercial, que terminou em 2006.
    http://www.prime.min-economia.pt/PresentationLayer/prime_apoios_00.aspx?activeitem=2&activesubitem=-1&idioma=1&accaoid=23

    Estes programas permitiriam não só requalificar o parque edificado, mantendo a identidade arquitectónica, como também dar uma nova dinâmica no centro urbano da Golegã.

    Nova dinâmica que só é possível, se for suportada por uma nova política urbana que procura a requalificação da Vila existente, desenvolvendo estratégias de intervenção múltiplas e globais destinadas a potenciar os valores culturais, socioeconómicos, ambientais e funcionais da área urbana de forma a elevar substancial e sustentadamente a qualidade de vida da população residentes.

    Aqui podem e devem as parcerias público-privadas desempenhar o seu papel.

    Esta política deve ter como objectivos a dinamização do comércio local (existente e/ou vindouro), um aumento de oferta e animação cultural e a revitalização do tecido social, nomeadamente com a criação de programas de habitação jovem.

    Em relação a este último deve o executivo municipal apostar num projecto de incentivos que vise colocar à disposição dos jovens rendas e preços de aquisição de habitação mais baixos que os praticados pelo mercado. Quem nasce no Concelho deve ter a oportunidade de aqui viver, porque a fixação dos Jovens é fundamental para a manutenção da nossa identidade colectiva.

    Tendo sempre em atenção que esta fixação deve ser acompanhada por uma política de captação de empresas geradoras de emprego e atracção de investimento económico real e sustentável.

    Nuno Miguel Castelo

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